A União Europeia disponibilizará bilhões de euros para ajudar a Europa Central a se recuperar de inundações severas, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na quinta-feira (19), ao prometer apoio às regiões que foram devastadas pelo dilúvio.
As piores enchentes que atingiram a Europa Central em pelo menos duas décadas causaram danos generalizados da Romênia à Polônia, matando pelo menos 24 pessoas, destruindo pontes, submergindo carros e deixando cidades cobertas de lama e detritos.
As enchentes foram causadas por chuvas torrenciais que começaram na semana passada e duraram vários dias, fazendo com que os rios transbordassem em várias partes da região.
“Estou aqui para garantir que a Europa está ao seu lado”, disse ela em uma entrevista coletiva na cidade polonesa de Wroclaw, ao lado de líderes dos países afetados. “Este é um momento de necessidade, de… desastre natural e todos nós temos que nos unir para superar o desafio”.
Von der Leyen disse que 10 bilhões de euros (US$ 11,16 bilhões) seriam disponibilizados pelos fundos de coesão da UE e que algumas das condições normalmente vinculadas a esses fundos, como o cofinanciamento pelos Estados-membros, seriam suspensas para tornar a resposta mais rápida.
Ela também disse que o dinheiro do Fundo de Solidariedade da UE, que apoia os estados membros atingidos por desastres naturais, seria usado para reconstruir a infraestrutura.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse à emissora privada Polsat News que a Polônia poderia receber 5 bilhões de euros.
“O que precisamos agora é construir e consertar a infraestrutura rapidamente. Isso custará muito dinheiro e seria difícil lidar com isso com os orçamentos nacionais”, disse o primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, acrescentando que estava grato pelas propostas concretas de ajuda de von der Leyen.
O ministro das Finanças tcheco, Zbynek Stanjura, disse mais cedo na quinta-feira que o governo forneceria 30 bilhões de coroas (US$ 1,3 bilhão), cerca de 0,38% do PIB, em uma emenda orçamentária de 2024 e reservaria mais 10 bilhões de coroas no orçamento de 2025 para ajudar com os danos causados pelas enchentes.
O ministro do Interior tcheco, Vit Rakusan, disse que a maior parte do fornecimento de energia deve ser reconectada até sexta-feira.
O país está realizando eleições regionais neste fim de semana e as autoridades disseram que uma conexão via satélite foi instalada em locais onde não há sinal de celular, para permitir que a votação aconteça.
Defesas
Enquanto isso, as defesas contra enchentes na terceira maior cidade da Polônia, Wroclaw, pareciam ter se mantido firmes na quinta-feira (19).
A onda de enchentes que inundou a região da fronteira entre a Polônia e a República Tcheca desde o fim de semana chegou a Wroclaw durante a noite, mas não havia sinais de danos sérios.
“O sistema urbano resistiu e absorveu a onda principal das enchentes que vêm atingindo a Baixa Silésia e regiões vizinhas há uma semana”, disseram autoridades locais em um comunicado no Facebook.
No entanto, as autoridades alertaram que níveis de água maiores do que o normal continuariam fluindo pela cidade nos próximos dias.
O exército disse que 16 mil soldados estavam ajudando na região, além da polícia e milhares de voluntários.
O primeiro-ministro Tusk disse que agentes da Agência de Segurança Interna da Polônia (ABW) prenderam uma pessoa que estava vestida com um uniforme de soldado e disse falsamente ao público que as defesas contra enchentes seriam explodidas.
A Polônia alertou os cidadãos para ficarem atentos à desinformação sobre as enchentes.
Na Hungria, cidades estavam lidando com a elevação do Rio Danúbio, e o primeiro-ministro Viktor Orban disse que o nível da água em Budapeste deveria atingir o pico na tarde ou noite do sábado (21), mas que seria menor do que os níveis recordes vistos em 2013.
Fonte: Agência Reuters/Barbara Erling
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