O comunicado conjunto do Brasil, Colômbia e México sobre a eleição na Venezuela, divulgado nesta quinta-feira (1º), pede “cautela” aos atores políticos envolvidos para “evitar a escalada de episódios violentos no país”.
Após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgar que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, venceu com 51,2% dos votos contra 44,2% do oposicionista Edmundo González, protestos tomaram conta do país. O CNE é ligado a Maduro. A oposição ao presidente afirma que houve fraude durante a eleição e que González venceu por cerca de 70% dos votos.
De acordo com o procurador geral da Venezuela, Tarek William Saab, 1.062 pessoas foram presas por conta dos protestos até a quarta-feira (31).
Para os três países latino-americanos, “manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento”.
Atas das urnas
Ainda é solicitado que a Venezuela divulgue os dados desagregados da eleição após “controvérsias” e que a soberania popular seja respeitada “mediante a verificação imparcial dos resultados”.
“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz o comunicado.
A nota foi divulgada após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter conversado, pouco antes, com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, a respeito do pleito que ocorreu no último domingo (28).
Comunicado:
Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.
Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.
As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.
Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.
Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.
Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.
Fonte: CNN News/Douglas Porto
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