Por acreditar na educação como ferramenta transformadora a Prefeitura de Vitória tem investido na ampliação do número de escolas que oferecem a modalidade Tempo Integral. A partir de 2024, a capital contará com 30 unidades de ensino, atendendo a crianças e estudantes matriculados na rede municipal, em tempo integral.
Essa é uma forma de ensino que aprimora a autonomia das crianças, estimula hábitos saudáveis de higiene e organização, oferta cuidados e orientações nutricionais, além de evitar riscos sociais. Assim é o tempo integral. Em 2020, Vitória ofertava 959 vagas de tempo integral em Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs). A partir de 2024, serão ofertadas 6.584 vagas em tempo integral na rede de ensino de Vitória, quase 7 vezes mais em comparação ao número disponível quando a atual gestão assumiu.
O anúncio foi feito pelo prefeito Lorenzo Pazolini e pela secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner, na tarde desta terça-feira (05). Estiveram vários diretores de unidades de ensino da rede de Vitória, além de profissionais da área técnica da Secretaria Municipal de Educação (Seme), vereadores, líderes comunitários e veículos de imprensa.
“Iniciamos essa jornada na expectativa de que pudéssemos ampliar as escolas em tempo integral. Assumimos na pandemia e nos preparamos para receber os estudantes de volta. Já fui a quase todos as escolas de Vitória e é muito marcante a felicidade de nossos estudantes de estarem nas escolas. Quase todos eles têm na escola um local de acolhimento e amor, sentimento de pertencimento. Nosso papel é convencê-los a frequentar esse espaço e lutar pelo seu direito à educação. Queremos uma cidade que seja de fato educadora, queremos que tenhamos o lema Vitória, cidade educadora!”, disse o prefeito da capital, Lorenzo Pazolini.
“Quero parabenizar e agradecer a todos os servidores da educação. Vocês são destaque nacional e colocaram nossa cidade no topo do ranking da educação. Temos um olhar muito sensível para a educação, pois sabemos a diferença que a educação de qualidade faz na vida de nossas crianças e adolescentes”, completou o prefeito fazendo referência ao Ranking Connected Smart Cities, no qual Vitória se destaca como primeiro lugar em educação entre as capitais do Brasil.
A secretária Juliana Rohsner detalhou todo o processo até que a escola se torne de tempo integral e disse que chegar a 30 escolas atendendo nessa modalidade de ensino é um marco histórico. “Ampliar o atendimento em tempo integral não é uma tarefa simples. Precisamos ter um olhar técnico para estudar a viabilidade de cada escola e região. Sempre que implantamos, estudamos o fluxo daquela unidade, as características da fila de espera para jornada ampliada e a possibilidade de absorção em outras escolas parciais para as famílias que não desejam esse modelo. Só depois desse estudo é que vamos para as comunidades e apresentamos a proposta e a metodologia da educação em tempo integral”, esclareceu.
“Paralelo a esse movimento temos que fazer as visitas técnicas e os investimentos em obras e reestruturação física de cada unidade. Importante dizer que como as crianças/estudantes ficarão 9 horas na unidade de ensino, precisamos criar as condições físicas para esse atendimento. Só depois de todo esse processo é que iniciamos as formações dos profissionais que passam por um curso de implantação da metodologia. Trago isso porque sair de quatro escolas e chegar a 30, praticamente um terço da nossa rede, é um salto importantíssimo para a cidade. Estamos orgulhos por saber que estamos fazendo história na garantia dos direitos de nossas crianças e adolescentes e certamente com a educação integral em tempo integral teremos uma transformação social”, destacou a secretária.
Histórico
Quando a atual gestão assumiu a gestão da capital, em janeiro de 2021, o município contava com quatro unidades de ensino em tempo integral. Eram as Escolas Municipais de Ensino Fundamental em Tempo Integral (Emef TI) Anacleta Schneider Lucas, na Fonte Grande; Eunice Pereira Silveira, em Tabuazeiro; e Moacyr Avidos, na Ilha do Príncipe; além do Centro Municipal de Educação Infantil em Tempo Integral (Cmei TI) Aécio Bispo dos Santos, em Jaburu, que funcionava em tempo integral, mas sem a regulamentação necessária para ofertar a modalidade.
No dia 29 de setembro daquele mesmo ano, foi sancionada a lei que instituiu e regulamentou o ensino de tempo integral nos Cmeis, o que possibilitou a expansão dessa modalidade de ensino. A rede municipal de ensino passou então de quatro para sete unidades atendendo em tempo integral, somando os Cmei TI Dom João Batista da Motta e Albuquerque, na Praia do Suá; Robson José Nassur Peixoto, no Forte São João; e Silvanete da Silva Rosa da Rocha, em Comdusa. Em 2022, mais três unidades de ensino iniciaram o ano atendendo em tempo integral, chegando a um total de dez: o Cmei TI Menino Jesus, no Centro; e as Emefs TI Izaura Marques da Silva, em Andorinhas, e José Lemos de Miranda, em Comdusa.
Já em 2023, mais sete unidades de ensino iniciaram o ano letivo na modalidade tempo integral, alcançando a marca de 17 escolas: Cmei TI Álvaro Fernandes Lima, em Bela Vista; Cmei TI Carlita Corrêa Pereira, na Piedade; Cmei TI Jacyntha Ferreira de Souza Simões, em Goiabeiras; Cmei TI Luiz Carlos Grecco, na Ilha de Santa Maria; Cmei TI Luiza Pereira Muniz Corrêa, em Mário Cypreste; Cmei TI Maria Goretti Coutinho Cosme, no Cruzamento; e Emef TI Paulo Reglus Neves Freire, em Inhanguetá.
Anúncio da Ampliação das Escolas em Tempo Integral. Foto: Leonardo Duarte
Para 2024
Para 2024, Vitória contará com mais duas Emefs e cinco Cmeis em tempo integral, além de seis Cmeis em transição, nos quais 50% das matrículas serão destinadas ao tempo parcial e 50% ao tempo integral, totalizando, com as demais unidades de ensino já citadas, as 30 escolas que ofertarão matrículas em tempo integral.
As unidades de ensino que passarão a ser tempo integral no próximo ano são: Emefs Edna de Mattos Siqueira Gaudio, em Jesus de Nazareth, e José Áureo Monjardim, em Fradinhos, além dos Cmeis Valdivia da Penha Antunes Rodrigues, em Santos Dumont; Carlos Alberto Martinelli de Souza, em Gurigica, Jacy Alves Fraga, em Tabuazeiro; Rubens José Vervloet Gomes, em Jardim Camburi; e Doutor Denizar Santos, na Ilha do Príncipe. Os Cmeis em transição serão: Maria Nazareth Menegueli, em Andorinhas; Magnólia Dias Miranda Cunha e Padre Giovanni Bartesaghi, na Ilha das Caieiras; Eldina Maria Soares Braga, no bairro Grande Vitória; Rubens Duarte de Albuquerque, no Alto Itararé; e Doutor Thomaz Tommasi, em Joana D´Arc.
Mais tempo na escola: o que fazer?
Para ser tempo integral, uma unidade de ensino precisa ofertar, pelo menos, sete horas diárias de atividades. Em Vitória, a carga horária das escolas de tempo integral é de nove horas. Tanto nos Cmeis quanto nas Emefs, essas nove horas são preenchidas por um currículo integrado, que visa, de forma articulada, o desenvolvimento das diferentes linguagens, conhecimentos e princípios, priorizando a participação ativa e o protagonismo das crianças.
Na educação infantil, que atende a crianças de 6 meses a 5 anos de idade – nos segmentos creche e pré-escola -, o currículo inclui o acolhimento da criança na unidade de ensino; o momento integrador, que envolve o banho, a higienização e o descanso; os ambientes temáticos, que são espaços de aprendizagem ocupados pelas crianças com contextos preparados pelos professores; e as oficinas temáticas – mais presentes na pré-escola -, em que a criança tem autonomia para escolher em qual ela quer participar fazendo sua própria inscrição.
Já no ensino fundamental, que atende estudantes de 6 a 14 anos de idade, o currículo integrado articula tanto os componentes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com as disciplinas de Língua Portuguesa, Inglês, Educação Física, Arte, Ciências, Geografia, Matemática e História, quanto a parte diversificada, que compreende as práticas educativas, que são a Tutoria e o Acolhimento, e as metodologias de êxito, que são o Projeto de Vida, o Protagonismo, a Educação Científica e Tecnológica, a Orientação de Estudos e as Disciplinas Eletivas.
O Projeto de Vida é o eixo estruturante da escola em tempo integral e a construção dele, por parte do estudante, deve considerar a reflexão sobre seus sonhos e planos, partindo de quem ele é e aonde ele deseja chegar. As aulas de Projeto de Vida são ofertadas do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
Anúncio da Ampliação das Escolas em Tempo Integral. Foto: Leonardo Duarte
Mais sobre Cmei TI
– Acolhimento diário das crianças: Planejado e organizado por toda a equipe da unidade de ensino e desenvolvido coletivamente. Momento inicial de 20 minutos diários reservado para as primeiras interações do dia, de trocas, de olhares, de sorrisos e de acolhimento às crianças.
– Na Educação Infantil, o currículo é feito de experiências de aprendizagem em que os diferentes conhecimentos e linguagens circulam em contextos investigativos, a partir de interações e brincadeiras que são os eixos estruturantes do processo educativo.
Como funcionam as Emefs TI
Público-alvo: Estudantes de 6 a 14 anos de idade.
Horários: 7h Acolhimento (20min); Colação (10 minutos); dois recreios (20min), um de manhã e outro à tarde; almoço (1h e 10min), 8 aulas (50min), Saída: 16h.
Ambientes de aprendizagem: Salas temáticas, laboratório de informática, biblioteca, espaços de êxito.
Metodologias: Orientação de Estudos, Eletivas, Protagonismo, Educação Científica e Tecnológica, Projeto de Vida.
Práticas educativas: Acolhimento e Tutoria.
Mais sobre Emef TI
– Acolhimento diário dos estudantes: Planejado e organizado por toda a equipe escolar e desenvolvido coletivamente. Momento inicial de 20 minutos diários reservado para as primeiras interações do dia, de trocas, de olhares, de sorrisos e de acolhimento ao estudante.
– Tutoria: É uma prática em que um educador dá apoio aos estudantes. Nela é realizado o atendimento de demandas específicas dos estudantes, com orientação sobre sua trajetória acadêmica e pessoal, contribuindo para o seu projeto de vida e auxiliando-os a descobrirem as direções que querem tomar.
– Clube de protagonismo: É organizado a partir de uma determinada área de interesse dos estudantes, e a partir disso, os membros desenvolvem atividades que proporcionam trocas de informações, de experiências e muitos aprendizados importantes relacionados ou não à vida escolar. Os clubes devem atender a duas premissas: ensinar algo que agregue valor aos participantes e colaborar com o sucesso da escola na formação do estudante protagonista.
– Disciplinas eletivas: Realizadas semestralmente, são definidas pela escola que objetivam diversificar, aprofundar e/ou enriquecer os conhecimentos das diversas áreas de conhecimento.
– Orientação de estudos: Ensina métodos, técnicas e procedimentos para organizar, planejar e executar os seus processos de estudos.
– Protagonismo: Concebe os estudantes como elementos centrais no processo educativo desde a elaboração até a execução e a avaliação das ações propostas.
– Educação Científica Tecnológica: Desenvolve a curiosidade do estudante, promovendo atitudes investigativas para a busca do conhecimento, fazendo com que aprendam a tirar conclusões baseadas em evidências e assim poder tomar decisões, atuando sobre sua realidade.
– Projeto de Vida: Eixo estruturante das escolas em tempo integral, o Projeto de Vida dos estudantes deve considerar a reflexão sobre seus sonhos e planos. Ele é fundamentado no desenvolvimento de competências que possibilitarão o crescimento acadêmico e pessoal dos educandos.
Fonte: Assessoria PMV/Texto: Juliana Rodrigues – Edição: Gislaine de Assis Santos
Comente este post